*por Elaine Guerini
Nada como acordar já no coração histórico de Amsterdã. Da janela do quarto, no Ambassade Hotel, a vista dos canais já se impõe, mostrando por que a capital da Holanda é conhecida como a Veneza do Norte.
São 56 quartos que se espalham por dez edifícios do século 17 construídos à beira dos canais, em área tombada pela UNESCO como patrimônio cultural da humanidade desde 2010.
É justamente esse anel de canais que torna Amsterdam tão única, embora ela mantenha a atmosfera de uma metrópole europeia – o que a distancia de Veneza, apesar das comparações. Não há lugar melhor que o centro antigo da cidade para se hospedar, ainda mais se o turista a visita pela primeira vez.
O Ambassade Hotel é o endereço indicado para quem quer viver a experiência com estilo (com diárias de € 99 a € 249, dependendo da época do ano). Fundado em 1953, o hotel distribui seus quartos por construções históricas e restauradas localizadas em dois dos canais mais importantes de Amsterdam, o canal Herengracht e o Singel.
Nenhum quarto é igual ao outro, ainda que todos tenham móveis antigos (de estilo Luís XV e XVI) e sejam decorados com um toque de sofisticação. Geralmente há uma cor predominante que se manifesta nos adereços do ambiente, com destaque para os tecidos brilhantes.
Os edifícios são muitas vezes conectados por uma rede de corredores estreitos, que dão mais charme ao hotel. Até porque suas paredes são cobertas por obras de arte.
O que mais se vê nos corredores são quadros do CoBrA (sigla para Copenhagen, Bruxelas e Amsterdã), um movimento de vanguarda europeu que durou três anos. De 1948 e 1951, cerca de 50 artistas embarcaram na proposta de mais experimentação, espontaneidade e liberdade artística, buscando integrar a arte no cotidiano das pessoas.
A coleção do Ambassade, iniciada pelo proprietário do hotel Wouter Schopman, em 2001, soma mais de 800 obras, incluindo trabalhos assinados por Asger Jorn, Alechinsky e Karel Appel. Os quadros também se espalham pelas paredes do Brasserie, o restaurante do hotel.
É lá que o hóspede toma o seu café da manhã – com vista para o canal, se ele conseguir uma das mesas na janela. Tipicamente holandês, com pães, queijos e presuntos, além de pratos quentes feitos na hora, como crepes e especialidades com ovos, o café da manhã sai por € 22,50 por pessoa.
Instalado no primeiro andar, mas também com mesas na calçada, à beira do canal, o Brasserie é comandado pelo chef Tom van Buuren, que propõe pratos da cozinha francesa com toque moderno no almoço e no jantar.
Uma das entradas mais populares são as ostras (Fine de Claires No. 3, vindas de Marennes-Oléron, na França), servidas com limão e vinagrete de échalote. Meia dúzia sai por € 19,50.
Entre os destaques do menu do jantar estão o steak frites (€ 21,50), com compota de cebola e molho à base de tomilho, e o confit de canard (€ 20,50), servido com beterraba e molho de vitela.
Para fechar o jantar, a seleção de queijos, acompanhada de figos e nozes, é chance de o hóspede conhecer iguarias holandesas, já que a amostra sempre inclui algum produto local. Como o colosso, uma espécie de gorgonzola feito com leite de búfala, uma especialidade da província de Utrecht.
Quando se trata de queijos holandeses, nem tudo é gouda – ainda que este queijo amarelo vivo de sabor adocidado seja mesmo o mais conhecido internacionalmente.
Mais informações – https://ambassade-hotel.nl/